Onde se mora não é onde se trabalha
|
Alvorada – Região Metropolitana de Porto Alegre/RS/Brasil, nome que referencia a população constituída em sua maioria por trabalhadores que acordam nas primeiras horas da manhã para trabalhar em Porto Alegre (Capital). Parto do estudo das trajetórias sociais de duas mulheres, moradoras de Alvorada que trabalham como empregadas domésticas em Porto Alegre e enfrentam, diariamente, cerca de 1h10min de viagem abordo da linha Passo da Figueira via Ipiranga. Cenas cotidianas de deslocamento e trabalho narram, a partir dos gestos e práticas de Marion, a rotina desse viver urbano de embarques e desembarques, de conversas e interações, de espera e de trabalho. A estas cenas cotidianas cruzam-se as lembranças de Vera, lembranças do bairro que um dia foi sua morada e hoje abriga a casa em que ela trabalha. Estas imagens integram os projetos de pesquisa de Iniciação Científica: “Cidade e memória: a cultura do trânsito, da circulação do transporte e dos deslocamentos dos transeuntes em Porto Alegre, RS” e “Cidade e trabalho: Antropologia da memória do trabalho na cidade moderno-contemporânea”, realizados no âmbito do BIEV/PPGAS/UFRGS.
|
Gestos do Cobrador
Manhã de terça-feira às 08h50min. Pessoas embarcam no ônibus e o seu primeiro movimento é o de dar a passagem ao cobrador. O cobrador age rapidamente, dando o troco ao mesmo tempo em que outros passageiros já se posicionam para passar a roleta. É esse movimento constante e de interação/troca entre cobrador e passageiros retratados através dos gestos da entrega da passagem/troco.a editar .
|
Cidade Viajante
|
Este vídeo etnográfico tinha como objetivo vivenciar a condição de espera destes trabalhadores, mas no processo de edição e finalização, revelaram-se relatos que não se limitaram a queixas ou a elogios ao transporte coletivo da empresa SOUL de Alvorada, foram relatos de homens ordinários que diante do dispositivo videográfico tornam-se narradores de suas práticas e táticas implícitas no deslocamento diário.
Para Michel de Certeau o ato de caminhar corresponde a uma atualização do espaço. Neste vídeo percebe-se que o tempo de espera corresponde a uma atualização de táticas e práticas que se projetam na estratégia do outro, daquele que estabelece intervalos de 40 minutos entre um ônibus e outro. Táticas que se coadunam com maneiras de fazer em um ônibus lotado por conta do longo intervalo de 40 minutos, "Sentar-se nos degraus da porta de desembarque" seria um exemplo dessas maneiras de fazer -- de se locomover, de se deslocar -- que é apresentado neste trabalho. |
Da Casa Para O Trabalho, Do Trabalho Para Casa: Etnofotografia De Itinerários Urbanos De Trabalhadoras Do Setor Doméstico
Da casa para o trabalho, do trabalho para casa: etnofotografia de itinerários urbanos de trabalhadoras do setor domésticoAlvorada – Região Metropolitana de Porto Alegre, nome que referencia a população constituída em sua maioria por trabalhadores que acordam nas primeiras horas da manhã para trabalhar em Porto Alegre (Capital), ou seja, apesar de sua emancipação política a cidade de Alvorada (que dista aproximadamente 01h10min da capital) ainda é dependente de Porto Alegre, já que seus moradores necessitam deslocar-se até a capital para poder trabalhar, estabelecendo assim, uma relação entre cidade do trabalho e cidade dormitório. Parto do estudo das trajetórias sociais de duas mulheres, moradoras de Alvorada que trabalham como empregadas domésticas em Porto Alegre: Vera, 60 anos que é usuária da linha Passo da Figueira/Ipiranga há aproximadamente dois anos, e a utiliza de segunda a sábado. Vera embarca com o ônibus já lotado todos os dias na Parada 51, no Bairro Formosa, em Alvorada. Marion, 57 anos, é empregada doméstica há 34 anos. Utiliza a linha Passo da Figueira via Ipiranga nas terças e quintas-feiras. Segundas, quartas e sextas-feiras é usuária da linha Alvorada via Assis Brasil. Seu embarque ocorre na parada 52, Bairro Bela Vista, em Alvorada. Cenas cotidianas de deslocamento e trabalho narram, a partir de seus gestos e práticas, a rotina desse viver urbano de embarques e desembarques, de conversas e interações, de espera e de trabalho.
As presentes fotografias foram realizadas a partir de conscentimento informado nos anos de 2009 e 2010 e foram produzidas no âmbito do Banco de Imagens e Efeitos Visuais (PPGAS, IFCH, ILA, UFRGS), coordenado pelas professoras Ana Luiza Carvalho da Rocha e Cornelia Eckert e integram os projetos de pesquisa de Iniciação Científica: “Cidade e memória: a cultura do trânsito, da circulação do transporte e dos deslocamentos dos transeuntes em Porto Alegre, RS” e “Trabalho e Cidade: Antropologia da memória do trabalho na cidade moderno-contemporânea”. Ambos financiados pelo CNPq. |
Rua GLS: (inter) ações e Conflitos |
O presente trabalho - realizado a partir de um exercício para a disciplina de Antropologia Visual/UFRGS - visa analisar a sociabilidade na Rua General Lima e Silva, localizada no bairro Cidade Baixa, Porto Alegre/RS. Pretende estudar a relação entre os comerciantes, o público e a rua. O estudo, que está inserido na Antropologia Urbana, almeja mostrar que as ruas das cidades são dinâmicas, apresentando transeuntes das mais variadas culturas e classes sociais que se apropriam deste espaço geográfico como lugar de lazer, gerando identidades e conflitos. |