Será Balbúrdia?Trabalhando para quem vai trabalhar
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Trata-se de desconstruir a ideia de um único som -- o "som do ônibus" -- evocando os diferentes sons que se apresentam ao longo de uma viagem. Marca, por uma escuta semântica, o momento de embarque, as interações entre os passageiros que já se encontram acomodados no interior do transporte coletivo e o desembarque dos mesmos. Ao longo desta narrativa, procura-se entrelaçar esses sons, superpondo-os de maneira a evocar uma escuta simbólica -- que para o senso comum é encarada como "balbúrdia", "confusão", "barulho" -- aqui é a expressão de uma cultura do trânsito, seus deslocamentos, itinerários e pretextos para diálogo ocorridos durante o tempo de viagem, um tempo cíclico, que sempre recomeça ritmado por esses diferentes sons, ora mais evidentes, ora menos evidentes, mas que em nenhum momento, se deixam de relacionar com o "RUMHNNMHN" do motor do ônibus. |
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A proposta deste som é dar pistas da prática cotidiana de mães e pais que deixam seus filhos na Escolinha Brincando e Aprendendo para irem trabalhar. Evocar por meio das imagens sonoras, a dinâmica de uma relação de trabalho que é pautado por laços de vizinhanças. Trazer a circularidade de uma palavra que evoca um cotidiano operacionalizado ao mesmo tempo que ritualizado em uma fronteira entre o público e o doméstico, através da despedida e da entrega, da interação entre as funcionárias da escolinha. |